A importância da Economia
- Ricardo Felizzola
- 2 de set. de 2020
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O desafio da pandemia continua, com ele as discussões e atitudes. São várias as estórias do vírus, divulgadas de forma incansável no Brasil, muitas com objetivos políticos. Erroneamente muitos julgam que aqui há um dilema entre economia e saúde. O capitalismo está presente em cada minuto da vida civilizada como sistema consolidado. A economia é algo amplo, como uma atmosfera. As sociedades vivem da produção e é ela que gera o valor de sustentação para todas atividades, inclusive e principalmente, os recursos para o Estado na forma de impostos. A ação humana estabelece a economia a partir do interesse de cada cidadão em progredir, produzir, trocar. Já a saúde de uma população é uma consequência social a partir do progresso de um Estado, é um serviço básico e necessário com um viés específico de valor. O processo de se ter cidadãos saudáveis está completamente atrelado a se ter uma economia que funcione. A pandemia é uma ameaça de exceção e dedicar o resultado econômico passado para combatê-la faz todo o sentido, porem este fato não pode comprometer o futuro de todos na sociedade pois aí a própria luta contra a ameaça conjuntural não vai se sustentar. Numa guerra como esta, todos devem trabalhar mais, correndo riscos até, e não ficar paralisados esperando pelo desempenho positivo das tropas especializadas nos campos de batalha da saúde.
Neste ponto, a atitude de líderes governantes é o que vai produzir o resultado e determinar os louros e o custo de uma vitória certa, no caso. Quantas baixas pelo vírus e quantas outras pelo efeito recessivo na economia?
A implantação de um discurso político de “salvar vidas”, acompanhado de uma truculência inédita foi prestigiada nestes últimos meses por muitos governadores e prefeitos do Brasil, comprovando um despreparo notável destes personagens. A experiência preocupa e mostra que não temos quadros suficientes na política. Discursos vazios repetindo palavras como ciência, vidas, isolamento social, encobriam medidas primitivas gerando descontinuidade de processos econômicos sem o menor cuidado ou visão de futuro. O desprezo pela economia foi digno de uma visão socialista do início do século XX. Ali um “Mises” lutava para mostrar que o Estado não podia abrir mão de uma economia de mercado funcionando. Milhões morreram por negar este axioma. Em uma crise como esta, é incrível que surjam vozes invocando desprezo pela solução econômica na luta contra um vírus passageiro. Que elas se calem após um mínimo de aprendizado.
Assino embaixo Ricardo. Texto claro, preciso e inteligente. Parabéns. Abraços.